Mobilizar para a ação. Este é um dos motes da campanha de sensibilização que a APED lançou, com o apoio das Entidades Gestoras ERP Portugal, Electrão e E-Cycle, para incentivar os consumidores a entregarem os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos em locais próprios e adequados para a sua reciclagem.

Com uma linguagem simples, acessível e positiva, a campanha informa o consumidor das vantagens de colocar estes resíduos nos locais adequados.

Com esta ação, a APED e os seus associados contribuem para melhorar os indicadores de reciclagem em Portugal e a promoção da economia circular.

De acordo com dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em 2021 foram recolhidas cerca de 53.693 toneladas de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) – o que equivale a 30% da meta de 65% definida pela União Europeia. Para cumprir este valor Portugal teria de recolher 116.334 toneladas. Este não é um problema apenas nacional pois para o mesmo ano, apenas a Bulgária, a Croácia e a Finlândia alcançaram a meta de 65%. Contudo, Portugal continua entre os países com menor índice de recolha.

No que respeita à valorização dos REEE recolhidos em Portugal, destaca-se que a mesma é superior a 90%, o que mostra a eficiência do tratamento dos equipamentos que são recolhidos. A dificuldade assenta na reduzida quantidade dos que são recolhidos face aos colocados no mercado. Por isso mesmo um outro objetivo da campanha passa por ajudar a mudar os hábitos dos consumidores relativamente à entrega de REEE nos locais adequados para o efeito.

Com esta campanha, a APED e os seus associados querem demonstrar que reciclar eletrodomésticos é tão fácil como ir às compras.

A campanha conta com o apoio institucional da Agência Portuguesa do Ambiente e da Direção Geral das Atividades Económicas e está visível entre 25 de setembro e 13 de outubro em rádio e televisão, plataformas de comunicação da APED e dos associados aderentes à iniciativa e alguns pontos de venda.

EMPRESAS QUE PARTICIPAM NA CAMPANHA
APOIO

MAS AFINAL O QUE SÃO EEE E REEE?

O que são EEE?

São Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (EEE) dependentes de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos, incluindo os equipamentos que servem para gerar, transferir ou medir essas correntes e campos. Têm uma tensão nominal não superior a 1000 V para corrente alterna e 1500 V para corrente contínua.

O que são REEE?

São Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), ou seja, são EEE que já não funcionam ou deixaram de ser necessários, incluindo todos os componentes, subconjuntos e materiais consumíveis que fazem parte do equipamento no momento em que este é descartado.
Há vários objetos imprescindíveis ao nosso dia-a-dia que são considerados EEE:

1) Equipamentos de regulação da temperatura, ou seja, ventoinhas, ares condicionados, aquecimentos ou desumidificadores.
2) Ecrãs, monitores e equipamentos com ecrãs de superfície superior a 100 cm2 como, por exemplo, televisões e computadores portáteis.
3) Lâmpadas.
4) Equipamentos de grandes dimensões, ou seja, máquinas de lavar, frigoríficos, arcas congeladoras, fornos e fogões elétricos ou cortadores de relva.
5) Equipamentos de pequenas dimensões como torradeiras, tostadeiras, airfryers, microondas, varinhas mágicas, jarros elétricos, robots de cozinha, máquinas de café, batedeiras, trituradoras de alimentos, ferros de engomar, barbeadoras, secadores de cabelo, depiladoras elétricas ou berbequins.
6) Equipamentos informáticos e de telecomunicações de pequenas dimensões tais como telemóveis, tablets ou consolas de jogos.

PORQUE SE DEVE TRATAR E RECICLAR OS REEE?

O tratamento e reciclagem de REEE impede contaminações e reduz a extração de matérias-primas. Tome nota das mensagens a ter em conta:

Encaminhar corretamente os REEE ajuda a prevenir a contaminação dos solos, das águas e dos ecossistemas e garante o tratamento das substâncias nocivas presentes em alguns destes equipamentos.

A reciclagem de REEE permite aproveitar os materiais dos velhos equipamentos e integrá-los no fabrico de novos produtos, moderando a extração de matérias-primas virgens.

Quando precisamos de nos desfazer de um REEE, devemos garantir que este chega ao destino certo, optando por uma das seguintes vias:

1) TROCAR O VELHO PELO NOVO

Sempre que compra um equipamento, a retoma é assegurada gratuitamente pelo comerciante, mesmo nos casos de entrega ao domicílio. Basta que o EEE que vai adquirir seja de características equivalentes ao equipamento que deixou de usar.

2) DEIXAR NA LOJA

Entregue os pequenos REEE (com 25 cm ou menos) nos estabelecimentos comerciais de venda de EEE com áreas superiores a 400 m2. É gratuito e não há qualquer obrigatoriedade de comprar um novo equipamento.

3) DEPOSITAR EM LOCAIS DE RECOLHA DE REEE

Os pontos de recolha de REEE estão distribuídos por todo o território nacional. Para os descobrir, consulte as páginas oficiais dos municípios ou das entidades gestoras deste fluxo específico de resíduos:

COMO SABER SE É UM REEE?

Este símbolo indica que o produto não pode ser depositado no lixo comum e deve ser entregue para reciclagem. A marcação aparece no manual de instruções ou na embalagem de todos os EEE comercializados na União Europeia.

O QUE ACONTECE AOS REEE DEPOIS DE RECOLHIDOS?

Triagem. Tratamento. Novas matérias-primas. De uma forma simplificada estas são as principais etapas que se seguem à entrega dos REEE. Após serem recolhidos e separados por categorias, são desmontados e cada componente será encaminhada para um circuito diferente, com vista à sua valorização. A ideia final é obter novas matérias-primas que serão incorporadas noutros produtos, fechando-se, assim, o ciclo. De uma forma resumida o processo é o seguinte:
– Triagem por categoria
– Desmontagem e separação das componentes
– Tratamento das componentes
– Aproveitamento das matérias-primas.

Enquanto o plástico obtido no processo de desmontagem pode ser usado na produção de outros materiais de plástico, o vidro de ecrãs e monitores pode transformar-se em louça e asfalto e 500 computadores velhos podem converte-se em 2000 metros de tubagem de cobre.
Considerando o seu grau funcionalidade, alguns destes equipamentos podem vir a ser reutilizados, contribuindo para o prolongamento da sua vida útil.

Legislação útil:

Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro. Regula o fluxo de REEE.