Carta aberta da APED e empresas associadas ao Senhor Primeiro-Ministro, Dr. António Costa

11-11-20

Sr. Primeiro-Ministro,

O combate à pandemia Covid 19 é uma prioridade nacional inquestionável.

A APED e os seus 167 associados estiveram desde sempre disponíveis para, não só continuar a servir os cidadãos com bens e serviços essenciais, mas também para promover a saúde pública no combate à transmissão do vírus. Fomos, nessa medida, um aliado do Governo desde a primeira hora.

Hoje, os nossos espaços comerciais são lugares seguros, onde há confiança por parte dos colaboradores e consumidores e onde as pessoas não convivem, usam máscaras e têm um objetivo: ir às compras no menor tempo possível e em segurança.

Num período particularmente difícil para o país é fundamental que o ecossistema continue a funcionar. O sector do retalho tem demonstrando uma enorme capacidade de resiliência e inovação para fazer face às adversidades e para manter os mais de 130.000 postos de trabalho pelos quais é responsável, dando um contributo decisivo à indústria e para que toda a cadeia de valor esteja ativa.

A limitação de horários apresentada para o retalho não alimentar é fator perturbador do bom funcionamento dos espaços comerciais. Concentrar as compras de Natal em horários reduzidos só contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas, precisamente aquilo que se quer evitar, situação que acontece hoje com o setor do retalho especializado que foi literalmente fustigado desde o inicio da pandemia.

Se ao rácio de pessoas em loja mais baixo da Europa juntarmos esta limitação horária, no período mais importante do ano para o retalho especializado, não nos será possível continuar a operar de forma sustentada, trazendo assim custos incalculáveis para o emprego e para o país. É por isso fundamental aumentar o rácio de 5 para 10 pessoas por 100 mt2 de forma a dar fluidez à circulação de clientes, situação que, aliás, tem o acordo da DGS.

Uma outra medida relevante para o retalho especializado seria autorizar o chamado “click and collect”, ou seja, permitir que o cidadão se desloque a um ponto de recolha em segurança para levantar uma encomenda. Seria uma forma simples e fácil de manter as empresas a funcionar sem perturbar a saúde e a segurança de todos.

Deste modo, exortamos V. Exª a considerar as sugestões e medidas acima enunciadas. Fazemo-lo no sentido de melhor conseguirmos combater a pandemia e assegurar a saúde pública e a qualidade de vida dos portugueses.

A Direção da APED

11 de novembro de 2020

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