Apesar da existência de constrangimentos no transporte de mercadorias, a cadeia de valor está a funcionar e não existe perturbações ou escassez de produtos em loja. Para esta realidade, contribui a resposta muito positiva que a agricultura e a produção nacional têm dado desde o primeiro período de confinamento, em março de 2020.
Esta nota de tranquilidade foi passada pelo Diretor-Geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à Rádio Observador, que apontou a necessidade de encarar a questão dos transportes de mercadorias com soluções concretas e não com um alarmismo excessivo.
Gonçalo Lobo Xavier afastou qualquer ponto de comparação com o Reino Unido, que vive um novo quadro regulatório face ao “Brexit”, e recordou a decisão tomada pelos estados-membros e pela Comissão Europeia por altura do primeiro confinamento de criar os chamados “green lanes”, um conjunto de vias mais rápidas para que o transporte de mercadorias estar assegurado em todos os estados-membros.
Perante os constrangimentos existentes decorrentes da pandemia e a necessidade de obedecer a regras impostas aos motoristas em alguns países (testes PCR à Covid-19 com 48 horas de antecedência), que torna a logística mais complexa, Gonçalo Lobo Xavier apontou a importância de haver uma coordenação ao nível comunitário para haja regras claras para todos de modo a evitar qualquer constrangimento.
“Se conjugarmos a ideia da União Europeia de ter as chamadas “green lanes” com a possibilidade de fazer testes rápidos em postos fronteiriços com uma legislação mais clara, com isso necessariamente a cadeia de valor não vai sofrer”, conclui o Diretor-Geral da APED.