Em declarações ao Expresso, a APED alerta que a tecnologia contactless é mais dispendiosa para os retalhistas e que, num futuro pós-pandemia, deixará de ser valorizada pelo impacto negativo que o acréscimo dos custos destas operações representa.
O que encarece a utilização de cartões que dispensam o contacto com o terminal é o facto de este tipo de pagamento ser exclusivo a marcas internacionais e que, na maioria dos comerciantes, representam custos superiores ao custo da marca nacional Multibanco.
Gonçalo Lobo Xavier, Diretor Geral da APED, sublinhou que “com o crescimento das transações contactless seria natural, por efeito de escala e pelos benefícios inerentes aos bancos do aumento dos pagamentos eletrónicos, que existisse um plano de redução de custos, mas infelizmente não se vislumbra qualquer ação nesse sentido, mostrando uma vez mais que o mercado não é suficientemente competitivo”.
Dado o custo da operação, a APED voltou a apelar ao Governo para que “a diferenciação das comissões cobradas nas operações de cartão seja um fator essencial para a promoção contínua da utilização de meios de pagamentos eletrónicos, nomeadamente contactless, contribuindo assim para uma aceitação generalizada, sem restrições, pelos comerciantes. Foi o que já aconteceu em Espanha para transações de mais baixo valor”.